Câmara de Vereadores discute efeitos econômicos da Covid-19 em Itapetinga e região

A Câmara de Vereadores realizou, nesta sexta-feira (22), uma audiência pública virtual com o tema “Efeitos Econômicos da Covid-19 e a Manutenção do Emprego e da Renda em Itapetinga”. Entre os assuntos mais discutidos durante o evento está o número de demissões na indústria calçadista e o seu impacto para a região sudoeste da Bahia.

De iniciativa do vereador Anderson da Nova, o debate contou com a participação das seguintes autoridades e representantes de entidades: secretário estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Davidson Magalhães; vice-prefeito de Itapetinga, Renan Pereira; presidente e vice-presidente da Associação das Indústrias de Itapetinga e Microrregião, Wesley Kelly Carvalho e Ricardo Rech, respectivamente; presidente da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil em Itapetinga, Fabrício Moreira; vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Oniel Brandão; assessor jurídico do Sindicato de Verdade, Bráulio Ferraz; chefe de instrução do Tiro de Guerra de Itapetinga, subtenente Emerson Schultz.

Além da presidenta Naara Duarte e do vereador Anderson da Nova, que ocupa o cargo de segundo-secretário na Mesa Diretora da Câmara, os vereadores João de Deus, Fabiano Bahia, Eliomar Barreira (Tarugão), Jair Saloes e Márcio Piu participaram da audiência e contribuíram com as discussões.

Anderson da Nova justificou que apresentou requerimento para a realização da audiência pública virtual após receber com preocupação a notícia sobre a demissão dos funcionários da fábrica de calçados Renata Melo, do Grupo Suzana Santos, nas seis unidades instaladas na Bahia, nos municípios de Maiquinique, Itarantim, Potiraguá, Macarani e Itapetinga (duas plantas).

Para o secretário estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Davidson Magalhães, que também é professor de economia e presidente do Fórum Nacional de Secretarias Estaduais do Trabalho, “não se resolve o problema da economia sem resolver o problema da saúde”. Ele defendeu o isolamento social como medida necessária e fundamental para evitar o colapso do sistema público de saúde.

Sobre as demissões na indústria calçadista, o secretário comentou que não se trata de um problema específico localizado em Itapetinga e região e citou dados sobre a queda na capacidade produtiva da indústria brasileira de couro e calçados provocada pela crise econômica decorrente da pandemia do coronavírus. De acordo com Davidson Magalhães, desde o dia 20 de abril, essas empresas só estão utilizando 24% da sua capacidade produtiva.

O secretário considera que esse impacto na região sudoeste poderia ter sido minimizado com a adoção de medidas de auxílio e financiamento para pequenas e médias empresas. “Os governos municipais e estaduais têm pouca interferência no que a gente chama de macroeconomia, que é na política de emprego e renda, porque isso envolve financiamento e recursos que nós só temos no Banco Central e no Tesouro Nacional”, esclareceu.

O presidente da Associação das Indústrias de Itapetinga e Microrregião, Wesley Kelly Carvalho, lembrou que a região é muito dependente da indústria calçadista. “Embora tenha uma representação pequena no PIB na avaliação do estado, mas a nível regional a nossa economia depende diretamente do trabalho da indústria calçadista”, ponderou.

O vice-prefeito Renan Pereira revelou que foi ele quem recebeu os representantes da Renata Melo no gabinete do prefeito Rodrigo Hagge, sendo informado, na ocasião, acerca dos motivos que estavam levando ao encerramento das atividades da fábrica na região e sobre a possibilidade de retorno após recuperação econômica. De acordo com Renan Pereira, a empresa já havia também procurado o Governo do Estado da Bahia. “Como nenhuma solução até aquele momento tinha sido direcionada, a não ser medidas paliativas do governo federal, ele [o empresário] resolveu fechar as suas portas e nós, pelo que ouvimos lá na Prefeitura, tivemos que concordar com a sua posição”, contou.

Conforme o assessor jurídico do Sindicato de Verdade, Bráulio Ferraz, são 2.800 postos de trabalho encerrados em Itapetinga e região. O sindicato estima que cerca de R$ 3,2 milhões deixam de circular mensalmente na região só em folhas de pagamento dessas empresas.

Segundo a presidenta Naara Duarte, a Câmara de Vereadores vai elaborar um documento com os encaminhamentos da audiência pública direcionados para os governos municipal, estadual e federal, solicitando, entre outras coisas, amparo para os trabalhadores demitidos na região e ajuda para as pequenas e médias empresas. “Em harmonia e com a colaboração de toda a sociedade, vamos vencer essa crise de saúde e os impactos econômicos decorrentes dela”, declarou.

A audiência foi transmitida ao vivo pelo canal oficial da Câmara no Youtube. O vídeo na íntegra pode ser conferido no endereço: https://www.youtube.com/TVCâmaraItapetinga.

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